domingo, 31 de outubro de 2010
sábado, 30 de outubro de 2010
Ali na esquina tinha um grupo de crianças. Pulando, cantando, gritando, se divertindo. Crianças alegres. Crianças que não paravam de rir. O motivo de tantas gargalhadas era um senhor de cabelos brancos. Não. Cabelos brancos não. Cabelos azuis. Azuis, vermelhos e amarelos. As pessoas que passavam perto olhavam com ternura. Outras passavam sorrindo. Realmente, tinha uma aparência engraçada pra quem via de longe. Um senhor baixinho, gordinho. Um senhor branquelo. Mas não era um senhor qualquer. Era um senhor fantasiado. Sim, pois com cabelos azuis, vermelhos e amarelos não poderia ser alguém comum. O senhor tinha tinta borrada nas têmporas. Como se ele mesmo tivesse feito a maquiagem. Maquiagem? Sim, gente. Maquiagem. Maquiagem branca. Exagerada. Era um senhor com um semblante carregado. Não, não vamos mais chamar o senhor de senhor. Vamos chamá-lo de palhaço. Então, o palhaço tinha o semblante carregado. Mas uma maquiagem que radiava alegria. Um grande nariz com uma grande boca sempre sorrindo. Com grandes olhos e cheio de truques. Truques que as crianças adoravam.
Mas o que ninguém sabia era quem era o senhor. Ah, mas eu disse que ia chamá-lo de palhaço. Tá. Mas o que ninguém sabia era quem era o palhaço. Mas eu sei quem era o palhaço. Era um órfão. Não um órfão sem pai nem mãe. Sem lenço sem documento. Sem eira nem beira, nem ramo de figueira. Mas um órfão de sentimentos. De bons sentimentos. Quando jovem arrancaram-lhe toda sua alegria. Toda sua esperança e fé. Todo seu amor. Arrancaram-lhe também sua inocência. No começo o ódio foi seu aliado. Sua força para viver. Mas depois a raiva passou. Restou-lhe apenas a conformidade. A indiferença. Não se faz necessário dizer como o jovem-senhor-palhaço perdeu tudo na sua vida. É uma estória muito triste. Tão triste e tão longa que não caberia nesse espaço. E ao ler toda essa estória, não restaria uma só pessoa nesse mundo que não se acabasse em lágrimas.
Voltemos ao presente. Lá estava o palhaço. Fazendo as crianças sorrirem. Fazendo os adultos sorrirem. Lá estava o palhaço. Incapaz de sorrir verdadeiramente. Incapaz de sonhar. Lá estava o palhaço pulando e cantando. Sorrindo e fazendo os outros sorrirem. Como é triste aquele palhaço. Como é engraçado ver as pessoas não notarem a tristeza daquele palhaço. Não. Não é engraçado. É triste. Triste desse palhaço que precisa se maquiar para sorrir.
quarta-feira, 27 de outubro de 2010
Entrada para raros (...)
No inicio era o verbo... e o verbo era deus...
E o verbo estava com deus,
E já não eram sós , ambos conjugavam-se entre si,
Discutiam quem seria a primeira e a segunda pessoa,
Quem era verbo... quem era deus,
A ação e a interpretação... quem era a parte e quem era o todo.
Deus (o pai, o filho e o espírito santo),
Era também o verbo (regular e irregular)
E todos questionavam-se sobre quem seria o sujeito
E quem seria o predicado,
Quem se conjugaria no pretérito e quem renunciaria
A forma "mais que perfeita"!
Deus era o verbo e o verbo era deus,
Conjugavam-se de maneira irregular... explicitando suas diferenças,
Reconhecendo os fragmentos e os complementos
Buscavam a medida certa
E assim... reconheceram-se uno...
Eu deus, tu deus, ele deus, nós deus, vós deus... eles deus
Somos dotados deste curioso poder,
Mudamos nosso significado, nosso signo,
Nosso comportamento e nossos conceitos
(que por sua vez chegam ate nós depois de se modificarem
Muitas e outras vezes!)
Temos uma ferramenta e tanto nas mãos, e nos pés...
Temos acorrentados nossos motivos de sobra pra relaxarmos
E acomodarmos com a vida que levamos agora...
O teatro mágico é o teatro do nosso interior...
A história que contamos todos os dias
E ainda não nos demos conta...
As escolhas que fazemos em busca dos melhores atos,
Dos melhores sabores,
Das melhores melodias e dos melhores personagens
Que nos compõem,
As peças que encenamos e aquelas que nos encerram...
... nosso roteiro imaginário é a maneira improvisada
De viver a vida...
De sobreviver o dia, de ressaltar os tombos e relançar as idéias,
O teatro nosso de cada dia...
Fernando anitelli
segunda-feira, 25 de outubro de 2010
domingo, 24 de outubro de 2010
sábado, 23 de outubro de 2010
quinta-feira, 21 de outubro de 2010
"Quando eu chego em casa nada me consola
Você está sempre aflita
Lágrimas nos olhos, de cortar cebola
Você é tão bonita
Você traz a coca-cola eu tomo
Você bota a mesa, eu como, eu como
Eu como, eu como, eu como
Você não está entendendo
Quase nada do que eu digo
Eu quero ir-me embora
Eu quero é dar o fora
E quero que você venha comigo
E quero que você venha comigo
Eu me sento, eu fumo, eu como, eu não aguento
Você está tão curtida
Eu quero tocar fogo neste apartamento
Você não acredita
Traz meu café com suita eu tomo
Bota a sobremesa eu como, eu como
Eu como, eu como, eu como
Você tem que saber que eu quero correr mundo
Correr perigo
Eu quero é ir-me embora
Eu quero dar o fora
E quero que você venha comigo..."
Chico Buarque
Você está sempre aflita
Lágrimas nos olhos, de cortar cebola
Você é tão bonita
Você traz a coca-cola eu tomo
Você bota a mesa, eu como, eu como
Eu como, eu como, eu como
Você não está entendendo
Quase nada do que eu digo
Eu quero ir-me embora
Eu quero é dar o fora
E quero que você venha comigo
E quero que você venha comigo
Eu me sento, eu fumo, eu como, eu não aguento
Você está tão curtida
Eu quero tocar fogo neste apartamento
Você não acredita
Traz meu café com suita eu tomo
Bota a sobremesa eu como, eu como
Eu como, eu como, eu como
Você tem que saber que eu quero correr mundo
Correr perigo
Eu quero é ir-me embora
Eu quero dar o fora
E quero que você venha comigo..."
Chico Buarque
segunda-feira, 18 de outubro de 2010
Marley e eu ♥
Um cão não precisa de carros modernos, palacetes ou roupas de grife. Símbolos de status não significam nada para ele. Um pedaço de madeira encontrado na praia serve. Um cão não julga os outros pela cor, credo ou classe, mas por quem são por dentro. Um cão não se importa se vc é rico ou pobre, educado ou analfabeto, inteligente ou burro. Se vc lhe der seu coração, ele lhe dará o dele. É realmente muito simples, mas, mesmo assim, nós humanos, tão sábios e sofisticados, sempre tivemos problemas para descobrir o que realmente importa ou não.
Trecho do Livro Marley e Eu - John Grogan
domingo, 17 de outubro de 2010
sábado, 16 de outubro de 2010
A bailarina e o soldado de chumbo
[..] Vai dizer que nossas preces não alcançaram o céu?
Coração, que ainda vem me perguntar o que aconteceu
Conta se seu rosto por acaso ainda tem o gosto meu
Com duas conchas nas mãos,
Vem vestida de ouro e poeira
Falando de um jeito maneira
Da lua, da estrela e de um certo mal
Que agora acompanha teu dia
E pra minha poesia é o ponto final
É o ponto em que recomeço,
Recanto e despeço da magia que balança o mundo
Coração, que ainda vem me perguntar o que aconteceu
Conta se seu rosto por acaso ainda tem o gosto meu
Com duas conchas nas mãos,
Vem vestida de ouro e poeira
Falando de um jeito maneira
Da lua, da estrela e de um certo mal
Que agora acompanha teu dia
E pra minha poesia é o ponto final
É o ponto em que recomeço,
Recanto e despeço da magia que balança o mundo
quarta-feira, 13 de outubro de 2010
segunda-feira, 11 de outubro de 2010
domingo, 10 de outubro de 2010
sábado, 9 de outubro de 2010
segunda-feira, 4 de outubro de 2010
O amor é o ridículo da vida.
A gente procura nele uma pureza impossível, uma pureza que está sempre se pondo. A vida veio e me levou com ela. Sorte é se abandonar e aceitar essa vaga ideia de paraiso que nos persegue, bonita e breve, como borboletas que só vivem 24 horas. Morrer não doi.
Cazuza.
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